terça-feira, 16 de julho de 2013

Opinião: não precisa da mesma herança para ser igual...

Olá!

Fico feliz com a tolerância e o respeito de quem mesmo não concordando, abre a possibilidade do outro ter sua opinião e viver o que pensa...

Agora... Não se engane: o preconceito religioso não é apenas por parte dos religiosos... há muito preconceito religioso contra os religiosos... Dizem que esses querem impor alguma coisa, mas seus comentários revelam que gostariam de impor aos religiosos o "ficar em seus muros", deixando a sociedade livre, como se os religiosos não fizessem parte da sociedade... Muitos querem que se aceite o seu pensamento, mas não aceitam de forma alguma a liberdade do pensamento religioso... ou não?

Não entendo como "opinião" quando se diz que a ideia de alguém é ruim por seguir "padrões evangélicos" ou "da Bíblia". Um ateu poderá ter a mesma ideia, mesmo sem ser "evangélico" ou "seguir a Bíblia"! Logo, a opinião de uma pessoa não pode ser questionada por sua "opção", qualquer que seja, desde religiosa, até a mais insignificante de todas (a do time de futebol, por exemplo). Defender que aquele pensamento é errado por ser parecido com o "evangélico" ou com "a Bíblia", é preconceito! Não se denigre o pensamento teológico da pessoa por conta da teologia, mas se questiona o pensamento em si mesmo, independente da teologia que tenha, pois a teologia interessa apenas aos religiosos, mas o pensamento humano pode interessar a todos, com qualquer "origem", mesmo que teológica! Sob pena de ser preconceituoso mesmo, ainda que não se assuma assim... E cito "evangélico" ou "da Bíblia", "comparando" com "ateu", por ser eu uma pessoa de fé e já ter conversado com ateus que pensam igual a mim em alguns assuntos, mesmo não seguindo a Bíblia! Esse é o meu "testemunho", um exemplo que tenho comigo... Agora, você pode "comparar" com o que quiser, claro... em qualquer aspecto, não aceitar uma ideia por ser parecida com a de determinado grupo, é preconceito, contra quem quer que seja...

Assim, não classifique uma ideia como errada por ela parecer pertencer a um grupo em especial... Um grupo que pode ser muito diferente pode ter pessoas que pensam igual... Converse sobre as ideias e não questionando o "grupo" que a pessoa pertence...

Mas cada um tem sua opinião! Eu defender o que penso não é, necessariamente, querer fazer o outro pensar como eu! Para que eu possa abrir ao outro a possibilidade de pensar diferente, é porque eu tenho uma outra visão... ou não?!?! O fato de eu apresentar o que penso, defender a minha opinião, não quer dizer que quero que o outro pense como eu... Quer dizer que eu tenho o meu pensamento... Estranho seria eu defender um pensamento adverso ao que se apresenta como meu "testemunho" de vida... Ou, em vez de apresentar o meu pensamento, ficar apenas criticando o do outro... Essa crítica pode até acontecer, sem desprezar ou desrespeitar o outro, que tem o direito de pensar diferente, concordemos, gostemos ou não... a conversa deve ser sobre os pensamentos, não sobre as pessoas ou o grupo que elas fazem parte, quaisquer que sejam esses...

É claro que na sociedade se faz necessário ter regras, leis e afins... E que cada um defenderá a posição com base no que pensa. O que não quer dizer que se quer impor pensamento a ninguém, pois se assim o é, quando se defende qualquer pensamento diferente também quer se impor... O fato é que uma regra acaba atingindo quem concorda e quem não concorda... como um político eleito é votado por quem gostou de sua plataforma (assim espero), mas ele é eleito para "representar" até mesmo aqueles que não votaram nele... Não é imposição... é a decisão por uma possibilidade... Ou não?

Pensando... SE:

1) a imprensa apresenta notícia que mostra que um evangélico não vive de acordo com os padrões da Fé que ele diz ter, não importa nem se tem confirmação ou não... ele é hipócrita por dizer uma coisa e viver outra...

2) o evangélico que vive o que acredita e diz ao mundo no que ele acredita, é porque ele quer impor aos demais a sua vontade...

Não seria, fazendo analogia com o primeiro ponto destacado, estranho caso um evangélico se manifestasse, por exemplo, a favor do aborto? E conheço quem faria isso, se tivesse oportunidade... E quando perdeu na argumentação comigo, disse que meu exemplo não era adequado, por envolver pessoas da família, trazendo "sentimento", "emoção" para a conversa... Mas podia envolver qualquer pessoa! Apenas tínhamos um nascimento que tinha acontecido na família poucos dias antes e, como qualquer nascimento ou acompanhamento "pré-natal", servia como exemplo... Ou a favor da legalização de drogas? Ou qualquer desses temas "polêmicos"? Se a sociedade espera num momento que o evangélico tenha vida coerente com a Fé, deve pensar o mesmo no segundo ponto, sobre "opiniões"... Ou não? Só serve essa "analogia" se interessa?!?!

Sabe... o que se esperar de um evangélico sério, já é sabido... e vou além: o que se esperar de um cristão, evangélico ou não, sério, já é sabido... podemos ir além nesses exemplos, ampliando para fora do cristianismo, mas como faço parte desse grupo, fico apenas com esse exemplo... mas não posso "fechar os olhos" para a realidade de experiências de fé diferentes que são comprometidas com sua forma de ver e que há pessoas que vivem coerentemente com essa forma de fé e dessas sabemos o que esperar... Não se deve criticar a posição desse, sendo algo que goste ou não a sociedade... O problema é o que esperar de um que não seja "sério"...

E a sociedade inclui TODOS, religiosos e sem religião... Essa é a Beleza do Estado Laico... Não é para não ter religião oficial, mas para deixar o cidadão livre para ter ou não uma religião, e se tiver, ser livre para ter a que ele quiser... E todos apresentam seus argumentos sobre seus pontos de vista... E não importa se o "pensamento vitorioso" se assemelha mais com o pensamento religioso ou não... A "maioria" vence, com ou sem religiosidade... E mesmo que não seja a "maioria" a vencedora, por não se fazer consultas populares sempre, ao menos a "maioria mais barulhenta" acaba sendo ouvida mais... normalmente... Ou... que sempre se faça consultas populares em qualquer assunto polêmico, para não ficar parecendo que foi aprovado ou não por vontade de uns de acordo com suas visões, quaisquer que sejam...

E lembre-se: o cristianismo tem como parte integrante da sua conduta de Fé anunciar ao mundo a Mensagem que crê. Logo, a liberdade religiosa que o Estado Laico e a Constituição garantem, devem permitir sim ao cristão expressar seu pensamento religioso aos demais, anunciando. Isso não é imposição, apenas anúncio. Mesmo que assuntos sejam encaminhados pela sociedade com "visão" parecida com a dos cristãos, isso só quer dizer que os que votaram por aquele assunto, com religião ou não, concordaram com a posição, não por questões religiosas simplesmente, mas por pensamento social também! E dizer que o "cristão" deve "ficar na igreja com sua fé" é tirar tanto a liberdade de expressão, como a liberdade religiosa, pois, como escrevi, é parte integrante da Fé cristã esse anúncio e essa liberdade deve ser assegurada até por quem não concorda, pois se um dia tiram dos "cristãos" essa liberdade, em outro dia podem tirar de qualquer outro liberdade semelhante ou equivalente... Essa é uma verdade que poucos entendem... que se de um é tirado algo, de outro também pode ser tirado em outro momento...

Forte abraço!

Nenhum comentário:

Postar um comentário