domingo, 8 de março de 2015

A mulher é dona do SEU PRÓPRIO corpo... do seu...

Olá!

Por ocasião do Dia Internacional da Mulher...

Registro meus cumprimentos, parabéns... Registro ainda que a luta continua! Ainda há muita coisa para se conquistar, sendo que mutas dessas coisas são apenas da "condição humana" que deveria sim tratar com total igualdade e ainda assim, cria diferenças...

Mas há um ponto que eu sempre me incomodo: Aborto...

Tal, para mim, será difícil entender ou até mesmo aceitar como "normal", a menos que seja natural, espontâneo... ou que haja uma decisão médica, diante de uma situação específica...

A ideia de que a "mulher é dona do próprio corpo" é correta! Só que para mim não se aplica para a questão do aborto... A mulher não pode ser tratada como "depósito de esperma", ter que aceitar sexo na hora que a outra pessoa queira... A mulher tem que poder dizer "sim" quando ela quiser... Precisa ter a liberdade de fazer o que quiser e não ser obrigada apenas por imposições sociais... não é ela a única responsável pela cozinha, limpeza ou outras tantas atribuições que muitos acham ser apenas das mulheres. Ela precisa ter o direito de ter nas mãos o controle remoto em casa, para assistir a seus programas também! E tantas outras coisas... Não deve aceitar o que lhe é imposto; deve poder decidir a sua vida... Deve fazer as suas escolhas e não ter que aceitar simplesmente por imposição o que foi escolhido para ela!

Mas... no caso do aborto... eu não entendo mais assim... já não é apenas o corpo da mulher que está na história...

Desde o momento da fecundação, a divisão celular para uma nova história começa. Numa fertilização feita fora do útero, o "óvulo fecundado" é introduzido em desenvolvimento. Se fosse possível ter as condições para o desenvolvimento fora, esse "óvulo fecundado" seria uma nova pessoa...

Logo, esse "desenvolvimento", a multiplicação celular que se desencadeia da fertilização do óvulo, no momento em que espermatozoide e óvulo se unem, só aí começa esse processo... A ideia machista de que o espermatozoide venceu a batalha e chegou primeiro, como se o novo ser vivo fosse apenas espermatozoide, é ridícula! Poderia chegar no lugar certo e o óvulo não estar pronto... Logo, essa "vitória" é quando a fertilização ocorre! Quando não tem como separar espermatozoide e óvulo...

Para mim, esse desenvolvimento já é o início de uma nova história... E como todo ser humano, precisa de apoio para o seu desenvolvimento. Não é assim por toda a vida? Não precisamos de apoio ou damos apoio no processo de desenvolvimento e de vida de todas as pessoas em algum momento de nosso tempo respirando? É assim desde o começo! Precisamos de apoio, mas para muitos que esperam por uma criança, mesmo essa criança ainda não podendo fazer nada, ainda precisando de todos os cuidados para o seu desenvolvimento, com corpo totalmente sem forma ainda, quando a gestação é descoberta bem no começo, mesmo assim pode servir sim de apoio psicológico para quem tanto a esperou! Em todos os momentos, todos nós precisamos e/ou damos apoio para outro ser humano em nossa caminhada!

Assim, mesmo que "sem corpo", aquele desenvolvimento, aquela divisão celular, não vai se transformar em outra coisa! Se fosse possível se desenvolver fora, entendo que a mulher poderia sim decidir o que fazer com o seu corpo, dando a esse novo ser se desenvolvendo (e muitos abortos acontecem com fetos formados - eu ainda estou no momento anterior, no momento da multiplicação celular que acontece desde a fecundação) a chance de ter a mesma sorte: ter o direito ao seu corpo que se forma (ou que já se formou, ainda carecendo de ficar "maduro" para o nascimento).

Mas isso não acontece! Ao decidir sobre seu corpo numa questão de aborto, a mulher tira o direito desse novo desenvolvimento iniciado ter a chance de continuar seu processo. Poderia nem nascer, é fato, mas entendo que isso precisa ser uma questão natural e não decidida por outra pessoa. No aborto, a mulher não decide apenas sobre o seu corpo, mas sobre outro ser que, ainda que não tenha seu corpo ainda, dependendo do momento do desenvolvimento, não iria se desenvolver de outra forma! Teria o seu corpo logo... não seria "outra coisa"... Poderia até não terminar seu desenvolvimento, mas outra coisa não seria...

Não acho que uma mulher que decida pelo aborto, faça isso e saia feliz do local onde realizou tal ato... Nem vai, nem sai feliz... Mas ali ela não decidiu apenas sobre o seu corpo, mas sobre outra história que já se desenvolvia...

Não sou radical... não entendo que a medicina não tenha como opinar em casos específicos...

- A mãe pode não resistir ao tempo de gestação por algum problema, mas sem a criança poderá ter outra chance... entendo que a mãe deve decidir...

- A criança está se desenvolvendo em um lugar "errado"... não tem chance de chegar ao fim do tempo de gestação, nem mesmo a um certo tempo para tentar um parto fora de tempo... a mãe corre risco por conta do local de desenvolvimento... Ainda que o desenvolvimento tenha começado, entendo que é possível sim se decidir pelo "aborto"... aliás, entendo que ele já aconteceu...

Há sim situações... Mas não querer filho, na minha opinião, não é uma válida... Não ser a hora, muito menos!

Alguns poderão dizer que, como sou pastor, meu pensamento está arraigado na questão de fé... e não é válido... Se não é digno de ser ao menos levado em conta para se meditar um pouco mais sobre o assunto, só por conta da minha questão de fé, isso nada mais é do que PRECONCEITO... Nem se observa o que tenho a argumentar por eu ser ligado com a fé? Eu não falei nada de "vida", "fôlego", "milagre"... Falei apenas e tão somente sobre a multiplicação celular que começa desde a fecundação!  E que essa multiplicação não dará nada diferente, a não ser um novo corpo! E que, como todos os seres humanos, precisa de apoio e já pode apoiar (psicologicamente)! Se isso não servir para pensar... por conta da minha fé... não pode ser tido como algo diferente, a não ser preconceito...

Entendo que a mulher tem sim direto sobre o seu corpo! Mas entendo que essa ideia não se aplica ao aborto, em particular, pois há outro corpo, mesmo que ainda em desenvolvimento, ou até desenvolvido e apenas esperando o tempo de ficar "maduro"... E isso precisa ser levado em conta...

A questão de saúde... mesmo que legalize, sempre terá quem faça de forma clandestina... pois não será porque venha a ser legalizado que as famílias não terão suas crises e as mulheres poderão sim continuar tentando esconder que fizeram isso, para evitar maiores problemas... A "Lei" é o menor dos problemas... E isso não é questão de preconceito, é apenas o direito de ser a favor ou contra algo... Preconceito é ter uma ideia, sem avaliar o assunto, pré concebida, e achar que isso resolve o caso! Eu, pessoalmente, mesmo que a lei permita, continuarei com esse pensamento que aqui apresentei... e que me preocupei em deixar de lado os aspectos e implicações religiosas! Apenas falei sobre o desenvolvimento celular... se fosse para defender com base na fé, os argumentos seriam outros...

Todos precisamos de apoio, em alguns momentos mais, em outros menos... E precisamos dar apoio... Com base no que aqui escrevo, posso afirmar que é assim desde o momento em que a fecundação ocorre até o momento do "suspiro final"! Ou até depois, para aqueles que são levados para o cemitério ou outras formas de "sepultamento" ou afins...

Que a mulher cuide de seu corpo! Mas há outras situações que envolvem apenas e tão somente o corpo dela... quando falamos de aborto, já não é só o corpo da mulher, tem algo mais na história e, portanto, para mim, essa ideia de "ser dona do seu próprio corpo" não pode ser usada para esse assunto em particular...

Forte abraço!

Nenhum comentário:

Postar um comentário