domingo, 9 de janeiro de 2022

Cuidado com a "guerra de narrativas"

 Olá!


A "briga" entre o Presidente Bolsonaro e o Presidente da Anvisa prova que, mesmo com aparente mais razão para o segundo na minha opinião, nem mesmo a defesa do Presidente da Anvisa é adequada!

Explico:

O Presidente Bolsonaro questiona possíveis "interesses" da Anvisa em aprovar vacina. Está claramente, mesmo sem dizer com todas as letras, levantando a hipótese de algum desvio de finalidade, quem sabe até financeiro, mas podendo ser "outros", já que não disse qual seria com todas as letras.

O Presidente da Anvisa rebate bem essa possibilidade em sua resposta, mas faz parecer que o Presidente Bolsonaro tem ganhos extras com a política. Como tem mansão para todo lado nessa história (mesmo sem citar isso na carta), ele não estaria dizendo nenhum absurdo, mas é uma insinuação que, como a do Presidente, precisa de denúncia nos meios adequados e provas. E as mansões para todo lado são realmente indícios, mas não são provas exatamente. As provas estariam no como conseguiu ter isso. Logo, ainda que tenha razão no pedido de retratação ou que se faça a devida denúncia, ele segue o mesmo caminho da "possibilidade" da denúncia leviana.

Assim, não tem "lado" essa história. Tem narrativas.

E da mesma forma que faço a "inversão" do caso da cobrança do Presidente da Anvisa com relação ao Presidente Bolsonaro (na minha opinião acertada enquanto tese, mas errada na forma, pois fez insinuação igualmente - mais velada, mas presente), faço a "inversão" com a fala do Presidente sobre "ter interesses por trás", pois seria a mesma medida que ele mesmo "julgou":

Se o Presidente Bolsonaro questiona os "interesses por trás" da Anvisa em liberar vacina (que estão sim dando resultados, gostem ou não, isso é uma realidade e quantas doses forem liberadas, tantas tomarei, permitindo o Senhor), devemos questionar os "interesses por trás" do Presidente Bolsonaro na insistência em medicamentos que, para esse problema, mostraram-se claramente ineficientes, pois não reduziu os casos mais sérios, como a vacina tem feito!

Além de tudo, nos dois casos, parece que se mistura o "pessoal" com o "cargo exercido", parecendo que é tudo uma mesma coisa. Ser contra-almirante ou capitão é algo para o espaço das Forças Armadas, e ser Presidente da República ou da Anvisa é ocupar um cargo, o personalismo fazendo parecer que o que a pessoa que ocupa é tudo ao mesmo tempo é estranho! Ainda que não se deixe de ser a outra coisa por ocupar um cargo, para cada momento vale uma das funções e não se mistura tudo em todas apenas na narrativa!

E antes que tente dizer que "se tomou vacina, não pode ter a doença", não subestime minha inteligência! Vacina nenhuma impede de ter a doença! Nenhuma! Apenas ameniza e sempre na maioria dos casos, nunca em todos... Não seja injusto por mero discurso politiqueiro!

E para encerrar, mais um comentário sobre "discurso politiqueiro" - Registro que há sim casos de miocardite envolvendo a vacina. Mas parar nessa informação apenas é errado! Porque onde há essa revelação em textos sérios, mostra igualmente que há casos de miocardite por conta do vírus e mais: no caso da vacina, é 20 vezes menor a possibilidade que por conta do vírus, além de ser muito mais tratável os casos onde aconteceu por conta da vacina que nos casos onde aconteceu por conta do vírus. Se teme a miocardite, é muito menos problemático e estatisticamente menos possível de se tornar realidade isso com a vacina que com o vírus, que está circulando ainda, pode ter novas variantes por conta disso e precisamos lutar para diminuir os problemas!

Nenhum comentário:

Postar um comentário