segunda-feira, 21 de abril de 2014

Progressão Continuada... Aprovação Automática...

Olá!

A respeito da "progressão continuada" ou "aprovação automática":

Para quem vive dizendo que "progressão continuada" ou "aprovação automática" começou com PSDB em São Paulo, vai um pouco da HISTÓRIA:

Há informações que nos permitem descobrir que desde a década de 20 do século XX, já se pensava nesse projeto!

A "progressão continuada" tem como propósito dar sequência a aprendizagem do aluno. Como o próprio nome sugere, a progressão se dá ao ano seguinte de forma a continuar o processo de aprendizagem do educando, sendo trabalhada em ciclos que garantem um maior tempo para que o aluno construa conceitos que o levem a conclusões e descobertas que lhe serão úteis em sua formação pessoal.

As experiências genéticas do biólogo suíço Jean Piaget (inicialmente estudou biologia na Universidade de Neuchâtel onde concluiu seu doutorado, e posteriormente se dedicou à área de Psicologia, Epistemologia e Educação), inspiradas na teoria evolucionista de Charles Darwin (1809-1892), vêm a delinear as fases da criança até a entrada da adolescência quando se dá a entrada na idade adulta em termos cognitivos. O adolescente passa a ter o domínio, o que o habilita à experimentação mental. Isso implica, entre outras coisas, relacionar conceitos abstratos e raciocinar sobre hipóteses (Revista Nova Escola – Grandes Pensadores – Edição Especial, 2004, p. 55).

No estado de São Paulo, em 1968, vemos a mesma ideia do projeto quando o professor José Mário Pires Azanha criou um sistema no ensino primário que eliminava a reprovação da 1ª para a 2ª e da 3ª para a 4ª série na rede estadual, abolido no governo militar, como afirma a professora Rose Neubauer secretária da educação entre 1995-2002 em entrevista cedida a Lucita Briza da revista “Nova Escola” (Fundação Victor Civita – editora Abril, dezembro de 2004). Aqui, começou e parou...

Mas se começou e parou, quando isso "voltou"?

Em São Paulo, "volta" a partir do ano de 1988. Governo do PMDB com Orestes Quércia. Na década de 1990, ainda antes da nova LDB, alguns municípios incorporaram os ciclos e a progressão continuada, sendo que essas experiências foram ampliadas para os oitos anos do ensino fundamental.

Então... Começou com o Governo do PMDB em São Paulo. Mas ainda não estava tão "agressivo" como veio a ficar depois. Não era tão clara a situação, ainda não estava bem definido e não estava tão em prática ainda. Poderia não ter seguido...

Assim: como "evoluiu" para o que temos hoje?

A adoção do Ciclo Básico de Alfabetização (CBA) em 1988-1989 no estado de São Paulo e nos anos seguintes em outros estados brasileiros, pretendia enfrentar uns dos mais sérios problemas da escola pública brasileira: a reprovação escolar, especialmente nas séries iniciais.

Durante a gestão da prefeita Luiza Erundina (na época, no PT), foi implantado, em 1992, o sistema de ciclos e progressão continuada na cidade de São Paulo. A proposta foi elaborada pelo educador Paulo Freire, então secretário da educação na cidade. Foi implantado por meio do Regimento Comum das Escolas Municipais no último ano da gestão de Luiza Erundina.

Então a cidade de São Paulo fortaleceu as bases de tal projeto durante a administração de Luiza Erundina, na época ainda no PT.

E, depois de eleito, o governador Mário Covas, PSDB (de 1995 a 2001), adotou de forma oficial e com as provas de boas estatísticas de aprovação (se eram "obrigatórias", é claro que ia ser sempre bom esse número...) que se tinha na capital paulista, o regime de progressão continuada e a organização do ensino fundamental em dois ciclos (Ciclo I — os quatro primeiros anos e Ciclo II — os quatro últimos anos), conforme instituição pela Resolução SE n. 4/98, publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo, em 15 de janeiro de 1998.

Então... já se falava desse método desde os anos da década de 1920, em São Paulo começou algo já em 1968, mas os militares não permitiram a continuidade, no governo do PMDB de Orestes Quércia temos o início do que se tornou o projeto que temos hoje em dia, mas não seria da forma como está se não tivesse sido adotado pela cidade de São Paulo na administração de Luiza Erundina, que fortaleceu aquela ideia do Estado entre 1988 e 1989, que ainda não tinha tanta força. Só depois da adoção na cidade de São Paulo com resultados claros para a aprovação (? - insisto: era "obrigatório", tinha que ter bons resultados nisso) de forma clara e sistematizada, o Estado de São Paulo ajustou o que tinha começado com o PMDB de Orestes Quércia, ainda sem força, e fica apenas o PSDB como se fosse o "vilão" por conta de tal projeto...

Tem muitas "mães e pais", em vários partidos...


Quem quiser, recomendo bibliografia que permite uma boa pesquisa sobre esse assunto...

Forte abraço!

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