quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Carta aberta ao Ministro do Esporte

Vossa Excelência
Ministro do Esporte da República Federativa do Brasil
José Aldo Rebelo Figueiredo

Pode não interessar para ninguém. Pode até parecer que seu discurso / sua entrevista foi "bombástico/a" e que deu as devidas respostas.

Mas para mim isso não respondeu nada. E como parece que o estimado ministro se baseia em estatísticas pessoais para avaliar as coisas, me dou o mesmo direito para avaliar suas respostas: não respondeu nada e o que respondeu, foi absolutamente ridículo! E não só no dia 04/12/2013, mas durante todo o tempo de preparação para a Copa de 2014 há muitas respostas no mínimo estranhas por parte do eminente ministro.

Apresento alguns pontos:

- O mundo não deve se adequar ao ritmo do Brasil de deixar tudo para a última hora. Aliás, em estatística pessoal, eu não seria Brasileiro, pois não sou assim. Logo, preferia que a estatística a ser levada em conta fosse a minha, que gosto de fazer as coisas com antecedência. Seria o momento do Brasil avançar numa mudança de pensamento em vez de assustar o mundo com essa capacidade de deixar para a última hora e, algumas vezes, para depois da última hora, ampliando o prazo. Acredito que, infelizmente, muitos estádios não estarão completamente adequados e, pior ainda, não haverá outros avanços que seriam necessários;

- O final do ponto anterior abre o presente: para fazer a Copa, não era necessário apenas estádios! Era preciso ampliar rede hoteleira, atendimento hospitalar (não damos conta "dos nossos"... como receber visitantes?), transporte público (mais Metrô e Ônibus... e não apenas mais, mas melhor qualidade), ruas e avenidas não com "jeitinho" (feriados e desvio de ruas e avenidas com "mão única" em dias de jogos) mas com melhorias para ampliar a mobilidade urbana também com veículos, mas principalmente no transporte público (não só no transporte público, o que nem isso foi feito), melhorias nos aeroportos (muito vai ficar para depois da Copa, confirmando que o nosso tempo não é fazer "para a última hora", mas para depois desse prazo - nosso não, porque não é minha experiência pessoal e sou Brasileiro). E o pior: pode ser que os estádios fiquem prontos, mas não com todos os detalhes necessários, pois terminando perto do prazo, não dará tempo de testes para saber se algo precisa de algum ajuste...

- Não tenho passaporte... Nunca sai do Brasil, nem mesmo para ir ao Paraguai... E mesmo assim, já fui assaltado 2 vezes na Capital Paulista... Se o que vale é estatística pessoal, eu fui assaltado 2 vezes no Brasil e o senhor uma em Paris... Então... em estatísticas pessoais, o Brasil ainda é mais violento... Mas acho que o que vale não é estatística pessoal... Estou fazendo isso apenas porque parece que o estimado ministro pensa algo assim, pois falou algo assim... De qualquer forma, paremos com estatísticas pessoais e vislumbremos o número proporcional da violência entre Brasil e França. Não números absolutos, pois acredito que aqui teremos mais, por temos mais pessoas! Mas em números percentuais... e acredito que a surpresa do eminente ministro poderá gerar um pedido de desculpas para o povo Francês...

- Por fim, não terminando a quantidade de discordâncias, mas por não querer alongar em algo que nem deve ser levado em conta, muito menos aceito, pois o discurso parece mesmo ser algo para que a militância cega faça a defesa e quem não pensa nesse país poderá aceitar esse tipo de argumentação, como tem sido ao longo dos anos, quero registrar: Os estádios não seriam a "Noiva" no casamento... Os "noivos" serão os jogadores, as equipes, nessa comparação... E se a "noiva" se atrasar, pode ser por conta da "mobilidade urbana" não ajustada, citada acima... O estádio, querido ministro, seria a Igreja e essa não pode ser entregue no último minuto, pois os convidados já precisam estar acomodados para aguardar a "noiva", caso ela atrase...

Forte abraço!

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