quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Espero...

Olá!

Espero que quem quer "liberdade" para pensar e postar o que quiser entenda um dia que essa liberdade só real se até mesmo quem é contra a sua opinião tiver a mesma liberdade... Porque se apenas um dos lados quiser apresentar a sua opinião e o outro só tiver que se calar, não é "liberdade", mas imposição... Ou os dois lados "calam" por amor ao outro, ou os dois lados "falam" com o devido respeito...

Espero que as pessoas um dia entendam que o fato de eu não concordar com o que uma pessoa faz ou pensa não me faz contrário a essa pessoa. Se eu tiver que contratar alguém que tiver melhor currículo para determinada função, não irei olhar o que ela pensa ou faz da sua vida, mas a sua capacidade para desempenhar o determinado trabalho. A menos que o trabalho perca qualidade por conta de outras escolhas, basta ser capacitada para ter o emprego...

Espero que as pessoas entendam que quando queremos evitar que nossos filhos tenham contato com algo que não gostamos, é porque queremos que eles tenham mais informação sobre o assunto para que possam entender o todo e não apenas o detalhe, porque como nos diz a Bíblia, tudo é lícito, só que nem tudo convém. O que queremos é que nossos filhos sejam capazes de "guardar o que é bom", depois de ter as informações adequadas e no tempo certo para o devido entendimento e não para que o "entendimento" seja "imposto", mas assimilado e realmente entendido. Em certas "épocas da vida" há "entendimentos" que não são assimilados, mas impostos. É preciso respeitar o desenvolvimento pessoal para que se assimile realmente o entendimento...

Espero que as pessoas um dia entendam que criticar algum aspecto da minha fé ou da minha capacidade intelectual por ser eu uma pessoa de fé é algo muito errado e altamente discriminatório...

Espero que as pessoas entendam que uma pessoa religiosa pode ter suas convicções com base na sua fé e não abrir mão dessas convicções, ainda que respeitando a decisão de qualquer pessoa de ir na direção oposta a essa convicção de fé. Que como "seres sociáveis", que dividem o "espaço comum" da sociedade, iremos sempre lutar por conta do que pensamos e queremos, como os demais farão da mesma forma, mesmo que pensem e queiram algo totalmente diferente, não porque se tem o desejo de impor nada a ninguém, mas porque entendemos que aquilo é o certo e, como os que lutam em outra direção, apenas defendemos o nosso pensamento, como qualquer pessoa...

Espero que as pessoas entendam que o que digo ser "pecado" de acordo com a forma que vejo a fé não é uma tentativa de imposição para a sociedade do que eu penso, mas um anúncio da forma como vejo as coisas e, junto com o convite para ver o mundo como vejo, devo anunciar o que é pensado na forma como vejo o mundo. Se você não quiser, tal qual o jovem rico que se aproximou de Jesus e por ele foi amado, ao ouvir o que devia fazer para seguir a Jesus, se você não gostar, sem crise: pode se afastar, exatamente como aquele jovem rico. Agora, se for para seguir no pensamento que tenho, é preciso saber o que se pensa e seguir da forma como se pensa. Se não quer, que cada um siga em frente pelo caminho que escolher...

Espero que um dia se entenda que o que se diz ser "pecado" nem sempre é crime, ainda que algumas coisas sejam vistas como tal pelo código penal. Mas há outras coisas que não são vistas como crime e ainda assim se vê como "pecado". Não precisa ser crime para ser "pecado"...

Espero que, até mesmo dentro da fé, se entenda que "pecado" não serve para ficarmos "acusando" a pessoa, mas a definição disso deve servir de alerta para que as pessoas deixem algum caminho que torna mais distante a salvação de acordo com a fé que temos. E se a pessoa não quiser seguir pelo mesmo caminho, ela não precisa se sentir "ofendida" pela fé. O convívio social não se dá pela concordância ou "aceitação" (no sentido de achar certo ou errado o que se faz), mas pelo respeito. E o respeito não se apresenta em aceitar tudo. Mesmo que não aceite a ou não concorde com a posição ou opinião, devo respeitar tanto a opinião que não concordo e combato, e muito mais a pessoa, com quem posso "comer pizza" mesmo que não concordemos, desde que ela não queria sua liberdade com base no meu silêncio ou no "abafamento" da minha opinião. Queira liberdade para defender o que pensa e aceite o contraditório, dentro do respeito, sem "baixar o nível" da conversa. Respeito deve ser mútuo... e não apenas por parte dos "da fé"...

Espero que um dia se entenda que todos são livres para fazerem o que quiserem e pensarem o que quiserem. E todos são livres para concordar ou não com as atitudes ou pensamento das outras pessoas. E que discordar de uma ideia não é tentativa de impor ou de tirar a liberdade de ninguém, mas tornar a liberdade uma realidade. Se apenas o que pensa igual a mim for respeitado em sua opinão ou atitude, estou querendo impor aos outros o que penso ou faço. Posso não concordar, debater a ideia e isso sim traz a verdadeira liberdade, não a tentativa de "calar" o contraditório. Com base no amor podemos pedir que o assunto não seja tratado, para evitar maiores problemas, caso haja discordância. Mas se uma das partes quiser continuar com o assunto, deve aceitar o contraditório e respeitar, para ter a sua liberdade de falar ou fazer o que pensa legitimada em dar a liberdade ao que pensa ou age diferente, mesmo não concordando...

Espero que se entenda que não é preciso concordar ou "aceitar" algo para respeitar. Respeito muita coisa com a qual não concordo e se for para conversar, deixo claro que não concordo. Mas isso não muda o meu respeito por quem pensa diferente, quando tenho esse respeito. A não ser que se tente mudar o que penso por "imposição de lei", porque aí eu não fui respeitado primeiro e vou lutar contra... Há coisas que, mesmo que sejam "aprovadas", as pessoas não serão obrigadas a realizar (a não ser que a definição de uma lei apronte alguma), mas que eu defendo o que eu penso. Não posso "aceitar" socialmente só porque eu não terei que fazer se eu não quiser. Vou defender o que penso e cada um faz o mesmo. Mas há outras decisões que podem impor a necessidade de mudança de um pensamento que é livre por definição, que para que se mude, é preciso mudar antes a Constituição, e em situações assim, é preciso cuidado para não "misturar" com as que, mesmo que aprovadas, não são "obrigatórias"...

Espero, enfim, pelo dia da Volta do Senhor Jesus, pois é dessa forma que vejo que a sociedade será realmente diferente e melhorada. E quem espera de outra forma, que pense bem na liberdade que quer ter, pois para ter essa liberdade não deve tirar a liberdade de outra pessoa que pense de forma contrária, a não ser naquilo que a lei defina mesmo como errado e, claro, que se tome cuidado com o que se entende que é "crime" para não "criminalizar" o que não é crime de fato. Pois se um dia a convicção religiosa for criminalizada, qualquer convicção um dia poderá ser! Que seja crime não a ideia de que algo é certo ou errado religiosamente falando, mas a ação de um religioso em hostilizar a pessoa - e que se veja diferença entre não concordar com o que faz ou pensa e a real hostilidade, em vez de fazer tudo contra o pensamento e a forma de agir ser hostilidade. Não concordar com o que o outro pensa ou faz não é crime! E espero que não seja nunca...

Forte abraço!

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